domingo, outubro 13, 2002

Trago em minha boca
o gosto de sua alma
e em meus olhos
a imensa saudade do seu olhar.

De olhos fechados
seu corpo se materializa
e seu cheiro é uma vez mais
meu perfume favorito

Pior é pensar que continuaras por ali
Perdida para sempre
Entre um neurônio e outro...
Leve-me onde não quero ir
por não saber ser possível
caminhar para tal lugar

Dê-me o que eu não quero ter
por desconhecer a existência
de tão mágico, misterioso objeto

Faça-me o que não espero de mim mesmo
por não saber ser, mais do que possível, necessário...
Fundamentalmente vital...transcender

domingo, outubro 06, 2002

Sim, meus assuntos passam por ti
Entretanto...entrelinhas.
Quem tiver olhos que veja
Estás sempre por ali.

Sim, meus pensamentos são tua morada
E meu peito, permanente abrigo
Por onde for levo comigo
Tua figura estampada...
De volta
Após tudo
Após tanto...
Após...

De volta
Ressurgido
Ressuscitado
Regurgitado

Posto que não era ainda a hora
E jamais saberei de antemão
Me contento em estar aqui agora
Aqui, e não em outro lugar
Agora, e não em outra era

De volta
Por enquanto
Provosória...precaria mente...

terça-feira, julho 02, 2002

Valeu o choro
Valeu o riso
Valeu a espera e alguma dor

Valeu a força
Valeu a luta
Vinda a conquista, o que nos resta?

Erguer a taça
Um brinde à vida
Mil carnavais...mais uma festa.

Do que não presta
Já tive o tanto
Vestido o manto, hoje sou rei

Um brinde ao riso
À alegria
Mesmo dizendo: hoje chorei
Vida que te quero
Viva
Sangue que te quero
Quente
Corpo junto a este
Sentimento permanente

Vida que te quero
Sempre
Ainda que imperfeita
Mente
Ou talvez por isso mesmo
Alma que te quero corpo

Forma que te quero
Idéia
Cheiro que te quero
Cor
Música te quero
Imagem
Beijo te quero
Sabor

domingo, junho 16, 2002

Em repouso
Movimento retilíneo uniforme
Uno a fome com a vontade de comer.

Entretanto
Aniquilo assim todo movimento
Saciado que estou de todo vento

Abro mão do próprio pensamento
Um pouco de nós
Se esvai.
A cada instante em que estou
Sem ti

Cada segundo que passa,
um milênio
E o gosto de ti se desfaz

Decompõe-se seu mosaico
Peças soltas
Se espalham pelo chão da sala...

Já não sei se esse azul é céu, é mar...é azul?

segunda-feira, junho 10, 2002

Chegada a hora
A noite me empurra para mais um dia
E sem demora
O Sol da escuridão se sacia

Implacável, o olhar se esvai
Entre mil lâminas
Entretanto...dele não sai
Tua miragem
Marcas que trago
Mosaico ambulante
De agora em diante
Já me desfaço

Passo de dança
Peito de aço
Depois de um trago,
Frio cortante

Mais na saudade
Que no presente
Passado inerte
Presença ausente

De ti
Demora...
Quando vem, três, quatro.
Bons, ruins...Arre!
Inútil querela
Se tenho aquela prefiro esta
Tendo essa, prefiro aquela
Sem mais
Despeço-me
A ti, ofereço meu silêncio

Em paz
Desconheço-me
A boca diz o que já não penso

Fugaz
Passado o susto, a calmaria
Impera

Capaz...
Cicatriz a mais, e o dia
Ja era...

sábado, junho 08, 2002

Insone
Em sonhos
Vaga lembrança

Insosso
Insisto
Insensata andança
Mais do que areia, caco de vidro.
Estilhaços...Fragmentos do dia...
Mais, muito mais, do que a justa medida

Gosto de excesso, sangue e fumaça
Na madrugada, horas esparsas
Um velho ciclo a se repetir

É justo onde me (des)conheço
Exato ponto em que desmascaro
O que oculto: ali apareço

quarta-feira, junho 05, 2002

Sem aspas
Fratura exposta diante do mundo

Sem eira...nem beira
Sentidos tantos a se desdobrar

Sem ti, dói tanto...
Ah!...Se desdobrar...

domingo, junho 02, 2002

...e agora eu aqui fico
entre reticências e interrogações.
Sem saber o que fiz
ou deixei de fazer...

Descompasso, desmantelo
Pior do que não ter tido,
foi viver este vivido...

...e agora, o que me resta?
se minha lábia já não presta,
refugio-me em mim.

Tempo rei...
Era brincadeira, era exercício
Era corda-bamba em um precipício

Era exercício, era brincadeira
Era bicicleta descendo ladeira

Era acrobacia, era malabarismo
Um velho domador e seus leões...
Vida, circo...qual a diferença, afinal?
Fly on, little wing
Balsamo de mim
Se tiver que ser...sim!

Well, she's walking
E eu junto dela
Traço em seu caminho uma paralela

When I'm sad she comes to me
Presente maior a me acompanhar
Aqui, ali...em qualquer lugar
Areia nos olhos
Sono que paira
Inconsequente, em hora imprópria

Flechas nos olhos
Desbotado olhar
Gradativamente crepuscular

Olhos nos olhos
Janelas d'alma
Em direta conexão: nós...
Aberta a ferida,
Fechada a porta para o perdão.

Debaixo de sete chaves,
Um sentimento asfixiado.

Debaixo de sete "nãos"
Um "sim" ainda resiste.

Por detrás do seu silêncio
Um grito ainda insiste.

MUNCH.
Amor de esguelha
Meio de lado
Pela metade...semi-amor.

Amor de soslaio
Amor de trivela
Amor incidental

Amor de amigo
Amor de amante
Ódio: amor de trás pra diante

Amor cibernético
Ou autopoiético
Amor de todo e qualquer jeito
E ainda assim...amor.

Por ti, toda espera, toda tentativa
Por ti, toda calma, toda alegria
Enfim...recompensadas.

Por ti, toda carne, todo espírito
Por ti, corações e mentes
Enfim...entrelaçados.

Ainda que estejas longe, bem longe,
Te sinto junto a mim
Agora e sempre.

E transcendo, assim, toda barreira
Toda limitação
Toda muralha desaba
Ao pensar em ti.
"Boca, nuca, mão...
Tua mente não"
Tua?...Mente não...
Se mente,
semeia ventos.
Tempestades em botão

Cedo ou tarde,
inundando seus domínios,
chuvas providenciais.

Cedo ou cedo,
pois a hora escorre,
o minuto escorre...
e o fim não tarda.

Cedo agora.
Batalha finda.
Sangue que se esvai.

RAIN
Sim...um nome!
Isso é coisa dificil de se achar!!!
Ou não...Há tantos nomes por aí...
Um que seja relevante é que é raro.
Xis da questão: o nome da coisa.
Solução encontrada,
Interneticamente, como convem,
E agora é deixar rolar...

A ti, gracias...